A esperança dormiu em meu portão
Sabe aquelas semanas que tem tudo para dar
certo, e por ironia do destino, só acontecesse empecilhos? É, essa semana foi
assim. E foi também a semana que conheci a Esperança. Depois de um dia exausto de trabalho, chegar
em casa é sonhar com um Oasis no deserto. Mas para inverter o caos, o deserto
em evidência era frio e de congelar o cérebro da alma.
Esperava a resposta de uma nova oportunidade e
fui com a corda toda. Só que a corda rebentou. Eu menti e disse que estava tudo
bem. Mas no fundo eu tinha me sentido perfurado por uma flecha venenosa. Foi aí
que conheci Esperança.

Pobrezinha! Naquela noite tão gelada ela
dormiu ali firme e forte. Fui trabalhar. Voltei do trabalho e Esperança ali
estava. Fui estudar. Voltei da faculdade e Esperança ainda estava ali. Eu
comecei a admira-la. Fiquei com vergonha de mim, um grande homem bobo da cidade
desistindo dos sonhos por causa de uma derrota. Esperança me fez refletir nos
meus medos e sonhos. Fez renascer em meu chamado castelo uma vida que estava
apagada. Uma luz, uma virtude, um encanto capaz de quebrar qualquer angustia e
sofrimento.

Fiquei inconformado e entristecido. E por mais
que possam dizer que era só uma esperança. Eu repreendo dizendo que Esperança
não era uma esperança qualquer. Dizem que quando uma esperança aparece ela traz
consigo sorte e coisas boas. Mas ninguém nunca fala da morte de uma esperança.
O que ela leva quando se vai? Acho que ninguém tem a resposta. Nem eu sei a
resposta. Sei apenas que ela morreu em meu portão. E sempre a levarei comigo.
Ronald Onhas
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