Final de ano é a mesmíssima coisa. Ruas abarrotadas. Mal dá para andar nas calçadas. Os comerciantes comemoram as vendas natalinas como se cada cliente possuísse a fortuna da realeza. E a crise? Existe realmente algo de podre no reino da Dinamarca, mas cá estamos nós comprando.
O espírito do Natal não é só consumista.
Há uma simbologia mística nisso tudo. Os cristãos comemoram o nascimento de
Cristo e, pelo andar do trenó, o velhinho está mais generoso nos últimos anos.
Vestido a caráter. De vermelho.
Vou dizer o que acho. Indignado com os
corruptos todos nós estamos, mas manter a esperança de que tudo se resolva no
ano novo, como num passe de mágica, sem participação? Não muda nada. Temos que
ajudar o destino. As caixinhas dos reis magos não abrem sozinhas.
Digo isso porque nós merecemos tudo
que aconteceu de ruim e bom durante o ano. Sem, é claro, reduzir o ano num
balanço medíocre. Reproduzo aqui o
trecho da entrevista com o psicanalista Christian Dunker:
"(...) há um erro em olhar
para as nossas vidas como se fôssemos apenas máquinas produtivas, nos resumindo
ao que ganhamos ou produzimos, como se nossa aplicação aos estudos fosse um
"investimento", como se nossos sonhos fossem "metas" e
nossos avanços no casamento fossem medidas por "construções". Uma vida
que pode ser medida desse jeito é uma muito pobre”.
Vida “rica” significa que temos ouro
(fruto do trabalho), incenso (para espiritualidade e fraternidade) e mirra
(para curar as feridas), mas sem balaços... Mas com movimento. Abrir os
presentes simbólicos para uma vida melhor, não esperar acontecer. A nossa
tarefa, hoje, é desatar os nós de nós mesmos. E que venham os pacotes de
esperança, medo, alegrias, tristezas, mas cheios de fitas coloridas!
por: Roney Moraes
por: Roney Moraes
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