Por
Vitor Abou
Vitor Abou ganhou a temporada 2015 do reality " O ROTEIRISTA"
Existem certas histórias que realmente têm o poder e capacidade de
emocionar e encantar seus leitores. E poucos livros conseguiram me encantar de
tal jeito como ''O Menino do Pijama
Listrado'' fez. Eu ouvia muita gente comentando sobre o livro e sua adaptação
para o cinema, porém só li o livro no ano passado, 2014, e depois assisti ao
filme para evitar comparações. Antes de ler o livro, eu pouco sabia sobre
nazismo e não achava um tema muito interessante, porém quando li me surpreendi,
conheci muito mais sobre o tema e também me emocionei.
A história se passa na Berlim nazista, no século passado. Bruno é um
menino jovem, filho de um militar nazista, que é obrigado a deixar sua casa e
amigos em Berlim para viver em um lugar totalmente afastado do movimento. Bruno
é uma criança curiosa que tem uma irmã adolescente, Gretel, que pouco liga para
ele, e resolve explorar o lugar onde mora e as redondezas, até que encontra uma
cerca de arame. Sem poder passar, ele imagina várias coisas a respeito do lugar,
já que ninguém em sua casa fala sobre isso. Para ele, o território é uma
fazenda com pessoas felizes que usam pijamas iguais.
Com o tempo, ele conhece Shmuel e uma amizade forte cresce, sem se
importarem com nazismo, perseguição a judeus, ódio, sofrimento, discriminação,
intolerância,..., já que são ingênuos, inocentes, puros, muito diferentes, mas
também bem parecidos.
John Boyne fez tremendo sucesso com O Menino do Pijama Listrado, que
recebeu até adaptação para os cinemas. O livro foi muito vendido e elogiado.
Boyne conseguiu tratar esse tema forte e triste de uma forma muito sutil, suave
e com uma linguagem simples para o entendimento de todos. Mesmo para as pessoas
que não costumam se emocionar com facilidade. A leitura do livro com certeza obrigatória.
Muito mais do que um livro que se passa na Segunda Guerra Mundial, ele fala de
amizade pura, sentimentos e confiança.
O livro é escrito em terceira pessoa e o narrador consegue mostrar todos
os sentimentos de forma espetacular, soando tão delicado, como se fosse uma
poesia. Os meninos, principalmente Bruno, convivem no meio de uma guerra sem
saber do que se trata, quem são os envolvidos e os motivos. O livro também
mostra que sempre um fato tem mais de uma versão. Nesse caso, sabemos a visão
de Bruno, a versão de Shmuel e a versão dos militares nazistas, como o
pai de Bruno.
A capa do livro também é muito encantadora, pois é uma representação do
''pijama'' (uniforme) que o povo que vivia atrás da cerca, os judeus, usava. A
textura da capa em algumas edições, como a feita pela Editora Seguinte, é mais
áspera, sendo algo diferente, inovador e também belo. A tradução também foi
feita de maneira impecável, sem deixar trechos mal explicados, muito pelo
contrário, narra tudo sem muitos defeitos.
A obra de Boyne nos ensina a ter respeito com os outros, não de uma
forma didática como ensinada nas escolas, mas com uma história forte que
convence e impulsiona as pessoas a pensarem num mundo mais tolerante e igual. O
livro possui poucos personagens, tornando-se um aspecto positivo, já que a
história gira em torno dos amigos, da família de Bruno e do contexto da época,
sem dar muitas voltas, sendo objetiva, quando necessário, e subjetiva, no
momento certo. Essa combinação é perfeita, deixando o livro completo.
A melhor parte
do livro é o final, que não irei contar aqui, para não estragar, porém esse final
me tocou profundamente. Levando-me a refletir e a lembrar da terrível
perseguição aos judeus na Alemanha Nazista do século passado. Sempre recomendo
o livro, porque com eles vemos que todos somos seres humanos e devemos repensar
esse conceito e questionar sobre o que é ser humano.
Já li esse livro e gostei muito dele, mas como faz muito tempo, deu até vontade de reler.
ResponderExcluirJá estou seguindo seu blog.
http://gislainediasblog.blogspot.com.br
Que bom que gostou! Seguirei de volta com meu perfil! Até mais.
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