Olá, pessoal do
Entrelinhas e Afins! Hoje é dia de
resenha de filme e selecionei um filme que muitos de vocês não devem conhecer.
Falarei sobre ‘‘Beasts of no nation’’,
um filme exclusivo da Netflix, que
foi lançado em Outubro, do ano passado Esse foi o primeiro longa-metragem
original da Netflix e foi baseado no romance do autor descendente de nigerianos
Uzodinma Iweala.

Ao longo do
filme, Agu vai conquistando seu espaço no grupo, visto que, no início, era
desprezado por muitos, e cria uma bela relação com o Comandante. Misturando os
gêneros drama e guerra, o filme consegue retratar muito bem o que está
acontecendo, deixando bem claro para seus espectadores que Agu, mesmo matando,
bebendo e fumando, tem seu pensamento de criança, com suas narrações infantis,
bobas.
Esse ponto é algo a ser bem destacado no filme. O menino narrando em alguns trechos, ao fundo, só somou e construiu bem essa narrativa, sob o olhar de alguém que sofreu tanto com as perdas de seus familiares, mas que superou isso logo, como um adulto até, e foi forte para resistir aos conflitos.
Fiquei muito
encantado pelo filme, logo que vi seu trailer. Sempre me interessei por algumas
tramas de temática africana, principalmente relacionando-as com os costumes e
tradições dos povos, porém ‘‘Beasts of
no nation’’, me surpreendeu bastante.
Nesse aspecto, o filme até me lembrou um pouco ‘‘A confissão da leoa’’, do moçambicano Mia Couto (resenha AQUI). Confesso que não esperava uma produção desse estilo, embora a Netflix tenha excelentes produções como as séries Orphan Black, Scream e House of cards.
Um elemento
fundamental no filme foi a mistura entre a guerra e o drama. É muito importante
mostrar que, durante as guerras, os guerrilheiros sentem falta de suas
famílias, sofrem, comemoram, se divertem com mulheres e bebidas, e isso foi
muito bem retratado no filme, sob vários aspectos.
Sobre a trilha
sonora, acho que é um dos pontos fracos da obra. Não reparei muitos momentos
com música, e elas poderiam até ajudar a melhorar o tom dramático. Em relação
aos cenários, não tenha nenhuma crítica negativa a fazer, pois eles retratam
com bastante verossimilhança os ambientes africanos. O mesmo vale para os
figurinos. Quero ponderar aqui um elogio às roupas dos guerrilheiros. A mistura
de cores no uniforme, assim como a técnica de ‘‘camuflagem’’ (colocar galhos e
folhas na roupa), ficou bem parecida com o que realmente ocorre.
No elenco, destaco o trabalho do estreante Abraham Attah (Agu), Idris Elba (Comandante) e Kurt Egyiawan (Tenente). Todos eles conseguiram passar as emoções de seus personagens, além das cenas de aventura, bem executadas. Porém, a direção também foi sensacional. Cary Fukanaga consegue combinar a excelente história ao total domínio da câmera, com ótimo uso de planos, closes, iluminação, além da fotografia, que também tem sua direção.
Para todos que
desejam assistir a um bom filme, apesar de grande (aproximadamente 2 horas e 10
minutos), recomendo ‘‘Beasts of no nation’’. É, acima de tudo, uma história
emocionante, tocante e HUMANA.
Vitor Abou é dono da Coluna Semanal "
Resenhas do Abou", na qual todas às Segundas, o autor/ escritor posta um
texto crítico, seja fílmico ou literário. Abou ganhou o direito de postar,
semanalmente, no "ELEA",
por ter vencido com glória, a 2ª edição, do reality " O Roteirista",
realizado em 2015.
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