Olá, galerinha
do “Entrelinhas e Afins”. Tudo bom com vocês? Comigo está tudo ótimo, em mais
um dia de resenha, e hoje, de filme. O filme a ser resenhado é do ano passado,
2015, e assisti no último fim de semana, no aplicativo, mais querido de todos,
Netflix. ‘‘A incrível história de Adaline’’
é o filme de hoje e consegue impressionar pelo seu tom poético e extremamente
delicado.
O filme se
inicia com um tom misterioso, sem dar muitos detalhes sobre Adaline (Blake
Lively), mas em poucos minutos, já é possível conhecer a história dela. Na trama,
Adaline sofre um acidente de carro e, devido a fatores científicos e biológicos
explicados na trama, ela nunca mais envelhece fisicamente, ou seja, os anos vão
passando e ela continua com a mesma aparência de 29 anos de idade. A princípio,
nunca envelhecer pode ser uma imensa vantagem, mas não é assim que Adaline
enxerga. Com o passar dos anos, ela vai vendo entes e amigos queridos morrerem,
além das diversas perguntas sobre sua idade, como quando ela é vista ao lado da
filha e quando ela é parada por um policial, que obviamente não acredita em sua
verdadeira idade.
Por esses
motivos, Adaline Bowman decide se isolar das pessoas por várias décadas, com o
objetivo de evitar o ‘‘vazamento’’ de seu segredo. Porém, um dia ela conhece um
jovem rapaz, Ellis Jones (Michiel Huisman), e decide que é o momento certo de
acabar com essa maldição que recebeu. Assim, Adaline, uma mulher segura, tem a
missão de tentar consertar o que aconteceu com ela no passado, mesmo que não
tenha ocorrido por sua vontade.
O realismo
fantástico presente no roteiro do longa, embora pareça muito absurdo e
desconexo com a trama, ajuda bastante a explicar o drama da protagonista.
Realmente, não é tão fácil buscar uma ideia de explicar como uma pessoa parou
de envelhecer, por isso, considero a inclusão da fantasia muito positiva, visto
que também não aconteceram exageros em relação a tal. Até é feita uma
brincadeira dentro do filme com a falta de realidade da explicação sobre a
idade de Adaline. É dito, pelo narrador, que essa teoria ‘‘será descoberta em
2035’’.
Outro recurso
utilizado no filme que também geralmente é alvo de críticas é a presença de um
narrador. Há quem diga que o narrador só está presente quando as tramas não
conseguem se sustentar. Discordo plenamente dessa frase e ‘‘A incrível história de Adaline’’ está aqui para nos provar, pois
é uma história forte e com um narrador que tem muito a acrescentar, com
sarcasmos e explicações científicas também, como o evento que deixou Adaline
jovem para sempre.
Um dos aspectos
que começa a impressionar o espectador desde o primeiro minuto de filme é a
beleza da fotografia e dos cenários. Ambientes claros, sofisticados e elegantes
sem ser necessária muita coisa extra. Sem muitos exageros e com uma imagem,
digamos que ‘‘limpa’’, há poucos efeitos especiais, exceto o do acidente de
Adaline, apesar desse recurso ser bastante explorado em filmes com realismo
fantástico.
Minutos de
filme vão se passando e chega o momento em que Ellis e Adaline se conhecem. A
lindíssima moça apaixona-se à primeira vista por Ellis, um filantropo que vive
doando seu dinheiro. Essa paixão à primeira vista também levou algumas pessoas
a compararem a trama com as de Nicholas
Sparks, nas quais são comuns paixões repentinas. Um fato curioso é que,
mesmo utilizando esse clichê, o filme apresenta os encontros do casal em um
túnel sujo. Em um momento do longa, Ellis oferece flores à amada e entrega
livros com nomes de flores, não flores em si.
Comentar sobre
os cenários do filme é uma tarefa bem simples, visto que não há como colocar
defeito. Tanto nos ambientes claros, como nos escuros a perfeição é
praticamente atingida, com uma fotografia impressionante, priorizando, junto do
roteiro, mostrar as emoções e sentidos dos personagens centrais. Os figurinos
também estão totalmente conectados aos personagens e a realidade deles. Visto
que a maioria é composta de ricos e brancos, roupas mais elegantes são bastante
frequentes ao longo da história. A direção de Lee Toland Krieger é muito
positiva, ao combinar todos os elementos certos de sucesso em filmes de
romance, apesar de explorar certos clichês mais que ultrapassados.
Agora vem a
hora do elenco! Blake Lively, como
Adaline, impressiona quem, assim como eu, não conhecia bem o trabalho da atriz.
Como uma mulher tranquila que já viveu décadas, Blake compõe uma personagem
misteriosa, ao olhar dos demais, e, ao mesmo tempo, confiante, certa de que não
tem nada a perder.
Com uma
história forte como essa, outras atrizes poderiam viver uma personagem mais
irritada com sua situação, amargurada, mas Blake escolhe por mostrar uma mulher
determinada, confiante, mas, com tudo que lhe ocorre, fugitiva de si mesma.
Harrison Ford consegue ir bem com William Jones, um senhor apaixonado que
reencontra o amor de sua juventude. Ellen
Burstyn, a já idosa Flemming, também consegue seu destaque como a filha de
Adaline, mostrando que, a idade e aparência física não mudaram muito a relação
entre mãe e filha.
Da mesma forma,
não posso deixar de citar Michiel Huisman,
que não tem uma atuação de destaque, prejudicado por um personagem extremamente
bobo. Não há, no filme, muitas informações sobre Ellis, papel de Michiel.
Embora seja um dos protagonistas, a abordagem sobre a vida dele é muito
superficial.
O final do
filme, mesmo que simples, consegue resumir bem a trama, fechando-a de maneira
brilhante, sem deixar furos e incoerências, com uma das últimas cenas, a de
Adaline no espelho, que consegue tirar um sorriso do espectador que torcia pelo
envelhecimento da personagem.
Por fim, ‘‘A incrível história de Adaline’’
consegue emocionar seus espectadores com uma trama simples e, acima de tudo, de
tom HUMANO, discreto. Muitos dizem que a trama é previsível, algo que não
discordo, mas é um romance que tem um resultado extremamente delicado e
positivo.
Vitor Abou é dono da Coluna Semanal " Resenhas do Abou", na
qual toda semana o autor/ escritor posta um texto crítico, seja fílmico
ou literário. Abou ganhou o direito de
postar,semanalmente, no "ELEA", por ter vencido com glória, a 2ª
edição, do reality " O Roteirista", realizado em 2015.
Esse filme realmente é maravilhoso.
ResponderExcluirApesar de ser discreto, como você disse, ele tem vários ensinamentos em um tom singelo.
Adorei a resenha e o blog, já seguindo :)
Beijos.
http://www.fabulonica.com/
É bom filme, não posso negar. Juventude, (não tão) divino tesouro, você não acha? The Age of Adaline é um filme com um bom acabamento técnico e com grande atenção sendo uma fita elegante. O filme convence o espectador desde o início. Irradia um certo magnetismo para essa aparência muito refinada, a narração (voice-over) que vamos introdução na história e vamos desvendar esses dados científicos necessários. Tudo isso forma um produto para consumo fácil, sem pretensões, mas é divertido e saboroso para ver. Teremos que prestar atenção para ver se a atriz Blake Lively tem mais chance de mostrar algo mais do que um sorriso.
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