A literatura africana, atualmente, apresenta grandes nomes de
destaque no contexto literário, com traduções em diversos idiomas e
reconhecimento mundial. Apesar de ser um continente financeiramente pobre, tem
uma riqueza de grandes autores como os escritores angolanos José Eduardo
Agualusa e José Luandino Vieira e também o renomado escritor Mia Couto, que se
destaca na contemporaneidade.
Observando
por um viés histórico, sabe-se que o continente africano sofreu com os diversos
problemas políticos/ sociais, um deles a opressão dos colonizadores. No
movimento intitulado “ a negritude”, os escritores das colônias vítimas de
opressão colonialista uniram-se para valorizar a cultura negra ( africana) e reivindicar
seus direitos humanos perante a cultura francesa, desse modo impulsionando o
movimento de independência da África.
Com isso, escritores brasileiros como Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e outros, aproximaram-se dos africanos por afinidades política ideológicas. O intercâmbio cultural entre Brasil x África é ressaltado, assim como os aspectos religiosos, políticos, linguísticos e também a literatura brasileira, ou seja, o Brasil serviu como modelo para a formação da identidade nacional dos africanos.
Vale lembrar
que a revista Claridade (1936/1960),
fundada por Barbosa, Baltasar Lopes e Manuel Lopes, reinvidica um estatuto
literário primitivo ao longo de estilos literários como o neo-realismo, a
influência de escritores brasileiros até os escritores como Corsino Fortes.
A maioria
das obras criticavam as atitudes repressivas ou simplesmente narravam as
vivências das colônias procurando fazer um resgate das antigas tradições, assim
como Mia Couto retrata no conto “O embondeiro
que sonhava pássaros”, da obra “ Cada homem é uma raça”, na qual um homem é
maltratado pelos colonos de sua aldeia, pelo fato de ser pobre e negro.
Observando o
poema “Antievasão”, do poeta cabo-verdiano “Ovídio Martins”, em versos
agressivos que criticam a ideologia da emigração, como percebe-se versos “Pedirei/
Suplicarei/ Chorarei/ Não vou para Pasárgada”, pois o eu lírico pretende ficar
a todo custo, além de parafrasear o poema clássico “Vou me Embora pra Pasárgada”,
do modernista brasileiro, Manuel Bandeira.
Além disso,
com uma poesia de apelo social e de visão crítica da realidade, Ovídio Martins
auxiliou o povo cabo-verdiano na busca identitária e progressão da população
africana. Salienta-se que ele foi o fundamental representante das letras do
arquipélago e na luta pela libertação de Cabo verde do jugo colonial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário