Olá, queridos leitores do ELEA.
Eu, Vitor Abou, estou de volta com a
terceira temporada do ‘‘Resenhas do Abou’’, com muita felicidade. Gosto muito
do Entrelinhas e Afins e resolvi voltar, devido também aos pedidos dos
queridos Ronald e Nathalia. Por isso, anuncio que se inicia mais uma
temporada de muitas resenhas, dessa vez, apenas de livros. Espero que gostem, pois eu estou adorando essa experiência, agora como colaborador oficial desse blog tão querido, ou seja, não ficarei só com as resenhas.
Abraços,
Vitor Abou
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Nos últimos meses, temas como depressão
e suicídio entre jovens passaram a ser bastante debatidos em escolas e nas
famílias, principalmente, após o lançamento da série ‘’13 Reasons Why’’
(abordada aqui no Elea já) e após notícias chocantes envolvendo o jogo Baleia
Azul. Em meio a tais discussões, outra obra juvenil se destaca por abordar o
suicídio entre jovens: Por lugares incríveis, da norte americana Jennifer
Niven, uma obra encantadora do início ao fim.
O ditado diz que não devemos julgar um livro pela capa, mas,
quando vi a capa de Por lugares incríveis na livraria, logo me interessei e
quis saber mais sobre a sua história, que me agradou bastante. Por falar na
capa, a representação dos dois protagonistas em um ambiente criado por peças de
brinquedo infantil remetem às aventuras vividas por eles e o lugar de encontro
deles, o sino da escola. Então, decidi ler o livro e apesar de toda a agitação
do meu cotidiano, li muito rápido.
O livro tem como personagens principais
a jovem Violet Markey, uma menina popular, com um belo namorado, planos de
fazer faculdade em Nova York; e o depressivo Theodore Finch, um menino visto
como o rebelde da escola e que convive com a depressão há bastante tempo. Estudando
na mesma escola, os dois se conhecem quando estão prestes a se matar e se
aproximam bastante, até fazerem um trabalho de geografia no qual precisam
visitar os lugares que consideram mais incríveis do estado onde moram. Nos
passeios, os dois vivem grandes aventuras, desde visitas a bibliotecas até a
uma lagoa que dizem não ter fundo.
Durante todo o livro, Niven estimula o
leitor a refletir sobre os assuntos mais simples da vida, mas também tão
importantes, como a amizade, a família, a cumplicidade, e, sobretudo, a VIDA em
si. A autora consegue prender muito bem os leitores, com capítulos narrados
pelos protagonistas Finch e Violet, alternadamente. Após ler o livro, não
consigo imaginá-lo com outro estilo de narração, pois é necessário que
conheçamos os personagens sob as suas visões. Esse estilo de narração foi um
dos pontos que mais agradou na obra, pois os protagonistas transmitem seus
sentimentos de maneira espontânea e extremamente sentimental, até melancólica.
Finch, com sua má reputação na escola e problemas familiares, consegue se abrir
com Violet de um jeito tão carinhoso, e ainda com todos esses problemas, deixa
a menina mais alegre. Já Violet tem uma vida a princípio perfeita, com boas
condições financeiras, popularidade, porém a morte de sua irmã num acidente de
carro há quase um ano ainda mexe muito com ela, que retrata em seus depoimentos
as saudades da irmã, além dos sentimentos de culpa e solidão. Com dezessete anos apenas, os protagonistas
enfrentam esses problemas em suas vidas e eles os unem, com uma amizade tão
fiel e repleta de aventuras.
A autora Jennifer Niven consegue
representar muito bem todos esses sentimentos de adolescentes, que muitas vezes
são vistos como difíceis de entender. A vontade de tirar a própria vida acaba
ficando em segundo plano para Violet e Finch depois que se encontram. Finch,
até então solitário, encontra em Violet uma companhia, e ela encontra nele uma
razão para viver melhor os dias e parar de contá-los.
Assuntos como a valorização da vida e o suicídio são
constantemente abordados, sob o ponto de vista dos personagens centrais, além
de conversas que eles têm com profissionais do colégio, contribuindo para a
presença de opiniões mais especializadas. Abordar esses temas não é tarefa
fácil por serem muito ‘‘frágeis’’, porém Niven consegue equilibrar muito bem a
ficção e a realidade.
O livro apresenta
também materiais adicionais, como telefones e sites de centros sobre a saúde
mental, como o Centro de Valorização da Vida e o Disque 100; um mapa e
informações sobre todos os mais de vinte lugares visitados por Violet e Finch
no estado de Indiana (EUA). Destaco também a arte da obra, que além da capa
belíssima, inclui desenhos muito bonitos durante o texto.
Portanto, achei Por lugares incríveis um livro
maravilhoso, INCRÍVEL, muito emocionante. O final é imprevisível, assim como os
personagens da obra. Recomendo demais a leitura dele. Com certeza, posso
afirmar que é um dos melhores que li na minha vida, e olha que foram vários.
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