Olá, queridos leitores do Entrelinhas
& Afins. Tudo bom? Hoje, em pleno feriado, é dia de mais uma Resenha do
Abou. O livro a ser comentado hoje foi lançado em março desse ano e que já está
fazendo bastante sucesso. Seu autor, Geovani Martins, foi parar em programas
como ‘‘Encontro’’ e ‘‘Conversa com Bial’’, tendo nesse último um programa
inteiro dedicado a ele. Estou falando do livro ‘‘O sol na cabeça’’, que traz
mensagens fundamentais sobre nossa atual situação.
Título: O sol na cabeça
Autor: Geovani Martins
Editora: Companhia das
Letras
Número de páginas: 120
Ano de publicação: 2018
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Resumo da editora:
‘‘O
sol carioca esquenta a prosa destes treze contos que retratam a infância e a
adolescência de moradores de favelas como jamais foram retratados. O prazer dos
banhos de mar, as brincadeiras de rua, a adrenalina da pichação, as paqueras e
o barato do baseado são modulados tanto pela violência da polícia e do tráfico
quanto pela discriminação racial indisfarçável no olhar da classe média
amedrontada. Com a estreia de Geovani Martins, a literatura brasileira encontra
a voz de seu novo realismo.’’
De forma bem
resumida, o livro traz 13 contos que têm em comum a descrição da realidade das
favelas cariocas, abordando desde a ida dos jovens à praia até a dura situação
com a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) e o abuso policial.
Sempre gosto de contar como eu conheci os livros que
leio. Esse foi um pouco diferente dos demais. Faço faculdade de Letras e uma
professora solicitou a leitura do conto ‘‘Espiral’’, presente nesse livro, para
uma aula, junto com um conto muito bom da escritora Conceição Evaristo. O
debate foi em torno do retrato feito pelos dois autores a respeito da violência
e das camadas marginalizadas. Logo na primeira leitura, fiquei muito impactado
com esse conto do Geovani Martins e, após a discussão em sala, que foi
extremamente produtiva e interessante, resolvi comprar o livro e ler os demais
doze contos.
Confesso que não costumo ler livros de contos, mas esse
me agradou e me conquistou de uma forma que estou pensando em ler mais desse
gênero. Uma grande vantagem do livro de contos é que você pode ler fora de
ordem, como eu fiz. De acordo com o tempo e com o lugar onde eu estava, eu
escolhia um e lia, depois outro, e outro… Assim, acabei o livro bem rápido, em
pouquíssimos dias. Por ser um livro de contos tão diversos, talvez não seja tão
fácil fazer uma resenha, como as demais, analisando enredo, personagens,
linguagem, etc. Entretanto, há alguns aspectos que eu gostaria de destacar.
A linguagem dos contos é algo que merece bastante
destaque. Geovani expõe realmente o falar do povo que mora nas favelas, mas
também utiliza o português mais formal em outras situações. No livro, são muito
comuns gírias, desvios do português padrão, palavrões, etc. Tudo isso contribui
bastante para que o leitor imagine a situação narrada ali, criando um universo
ainda mais próximo da realidade.
O assunto dos contos varia, tendo em comum a favela, o
morro. O autor aborda temas importantes e delicados, como vício e tráfico de
drogas, abuso policial, intolerância religiosa. Para muitos (como eu), essa
realidade é mais afastada, porém a forma como ela é abordada é crucial para o
envolvimento e a identificação com o leitor, independente da classe social
dele.
Outro destaque é a capa do livro. Sempre gosto de falar
das capas, pois elas chamam os leitores nas livrarias também. E a capa da
Companhia das Letras é simplesmente incrível, dando a ideia do sol que está no
título.
Quem ficou interessado em saber um pouco sobre o autor,
nascido e criado na favela, clique AQUI para conferir o vídeo na íntegra da
entrevista dele ao apresentador Pedro Bial. Ao lado, para quem não for
assinante da plataforma Globoplay, há trechos da entrevista,
gratuitamente.
Despeço-me dessa resenha hoje, recomendando esse livro a
todos vocês, pois ele é, simplesmente, fantástico, reflexivo e, como está na
própria capa, ‘‘o novo fenômeno literário brasileiro vendido para 8 países’’.
E, abaixo, está a minha avaliação para
esse livro. Impossível não dar menos. Até mais, eleanáticos.
✮ ✮ ✮ ✮✮
Nossa Vitor fiquei morrendo de vontade de ler esse livro! Super atual e me parece ser super palpável. Já quero!!
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