O romance 3:20 é o livro de estreia do capixaba Jorge Wilson,
pela editora
Publit, que nos apresenta uma narrativa envolvente, ágil e com inúmeras
reviravoltas. Confesso, quando o autor me apresentou a obra vieram inúmeras possíveis
teorias da narrativa de Wilson, e o autor só me disse que o título
teria relação com o tempo de duração da leitura. Confesso também, li em menos
de 1 hora.
Como já
adiantamos, é interessante notar que a obra tem uma titulação misteriosa, que
por vezes, aparece durante a trajetória dos personagens do livro, nos pregando
peças. O livro narra a aventura de Augusto, um advogado bem sucedido, homem de
família, pai do jovem Eduardo, casado com a elegante Érica, que numa viagem de
negócios acaba conhecendo, por coincidência do destino ou não, o jovem Betinho.
( Divulgação do autor)
Betinho, que
por sinal, é um jovem bonito, sarado, com bom gosto musical, que não se prende
muito aos lugares, como uma espécie de hippie, que toca nas noites em troca de
uma grana extra. Tudo se inicia quando Augusto, por gentileza e sem intenções,
dá uma carona para o músico até Porto Seguro. A maneira que o personagem é
descrito em alguns trechos também nos deixa apaixonado pelo personagem e sua
maneira de enxergar o mundo.
Enfim, não
posso falar mais da história, pois posso soltar alguns “spoilers” sem querer, e
isso com certeza não seria legal. Falando em Porto Seguro, a narrativa faz uma
linha geográfica esteticamente linda. O personagem principal e sua família são
de Vitória, aqui no Espírito Santo, mas uma boa parte da narrativa acontece na
Bahia, no qual J. Wilson desenha muito bem lugares que nós, como leitores,
fiquemos com muita vontade de conhecer. Como disse, temos trechos em Arraial da
D´ajuda, na praia de Mucugê, na Passarela do Álcool, e também em Troncoso, só lugares
paradisíacos da calorosa Bahia, que enfeitam esse romance misterioso.
Outro ponto interessante
de se notar é que a narrativa é ágil, o autor consegue nos embalar pelas
viradas que a história entrega e nem percebemos que o livro tem 9 capítulos,
que nos apresentam ritmos diferentes. Confesso, que com certeza o último
capítulo é o mais genial, pois quebra com a expectativa que temos quanto a
obra, além disso o final da obra é aberto, que nos dá margem para inúmeras possibilidades
de continuação. Ou seja, Jorge Wilson, queremos a segunda edição do 3:20 ( eu
já disse isso, rs).
A obra até
agora não saiu de mim, ela me enfeitiçou de uma maneira única, talvez pela tema
abordado ser tão peculiar. Eu diria que a obra de Jorge Wilson é um “romance
gay” e que acho genial ler algo dessa modalidade de um escritor capixaba.
Porém, acho que rotulá-lo não seria tão eficaz, mas sigo dizendo que a obra é
excelente, possui personagens ( apesar de poucos) apaixonantes e os cenários
são maravilhosos.
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