Lygia Fagundes Telles
Autora
paulistana que nasceu em 19 de abril de 1923, quarta ocupante da décima sexta
cadeira na Academia Brasileira de letras. Lygia Fagundes Telles publicou seu
primeiro romance, “Ciranda de Pedra”,em 1954, que posteriormente tornou-se
novela na Rede Globo.
Lygia
Fagundes Telles entrelaça á realidade ao efeito da fantasia, marcado
perfeitamente em sua obra “Seminário dos ratos”, meu primeiro contato com seus
escritos. A obra traz uma junção de problemas do ser humano, conflitos e medos,
no período do século XX.
O
século XX havia sido palco de guerras, uma delas a Guerra Fria, além do inicio
do domínio das máquinas no campo tecnológico, no campo artístico o modernismo e
as vanguardas, a psicanálise e a revolução sexual. Assim, a autora procura flagrar e revelar a reação dos personagens ante os
dilemas e as incertezas de sua relação com os outros e com o mundo.
Dois contos que considero interessante e “Seminário dos
Ratos” é “Tigrela” e “Herbarium”. Em
“Tigrela”, a narradora encontra uma amiga, Romana, bêbada conta a narradora que
com uma tigresa, que mostra-se ambígua, ao ser retratada como animal e mulher,
dado que executa ações como ouvir música,embebedar-se ter ciúmes,principalmente
quando Romana conta de sua relação com o marido.
Em “Herbarium”, o conto relata a
paixão de uma adolescente por seu primo botânico, sua mudança de hábitos para
conquistar seu amor e súbito interesse por aprender botânica:
“Herbarium, ensinou-me logo no primeiro dia em que chegou ao sítio.
Fiquei repetindo a palavra, herbarium. Herbarium. Disse ainda que gostar de
botânica era gostar de latim, quase todo o reino vegetal tinha denominação
latina. Eu detestava latim mas fui correndo desencavar a gramática cor de
tijolo escondida na última prateleira da estante, decorei a frase que achei
mais fácil e na primeira oportunidade apontei para a formiga saúva subindo na
parede: formica bestiola est. Ele ficou me olhando. A formiga é um inseto,
apressei-me em traduzir. Então ele riu a risada mais gostosa de toda a
temporada. Fiquei rindo também, confundida mas contente: ao menos achava alguma
graça em mim”.( Os melhores contos de Lygia Fagundes Telles, 1984.)
Bem é isso, não deixe de
apreciar as obras da autora os contos e os romances, a literatura sempre vai
melhorar e resignificar algo!
“Alguns dos meus textos
nasceram de uma simples frase ou de uma imagem, algo que vi e retive. Outros
nasceram de algum sonho, enfim, a maior parte dos meus trabalhos deve ter
origem lá nos emaranhados do inconsciente – a zona vaga e obscura como um fundo
do mar: o ato da criação literária é sempre um mistério. Impossível determinar
as fronteiras do criador e da criação. Do imaginário e do real. Há quem
considere Minha obra com certo travo amargo, mas não participo dessa opinião. E
o humor? Anoiteço às vezes, como toda gente, mas espero na manhã. Então espero
por essa manhã com seu grão de loucura E de imprevisto.” (Lygia Fagundes Telles).
Até mais , Nathalia Dias
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