Célia
Ferreira - Jornalista e Escritora
1. Quais
são suas referencias culturais aqui no Espírito Santo/ Cachoeiro ?
O
primeiro capixaba que me conquistou foi o cronista Carlinhos Oliveira, quando
eu ainda era quase uma menina, em Minas. Depois, Rubem Braga. Mais tarde um
pouco, quando eu já morava no Rio, Sérgio Sampaio. E, por fim, Roberto Carlos,
que todo brasileiro ouvia desde sempre, mas de quem somente passei a gostar
mesmo depois de adulta. Quando cheguei a Cachoeiro, encontrei um universo
cultural muito rico, conheci os artistas e intelectuais que fazem fervilhar a
cultura local. Lamento muito que a gente não tenha um centro cultural, uma
espécie de “espaço do artista cachoeirense”, onde poderíamos reunir a memória
de muitos que já se foram, como o inesquecível Waldir de Oliveira, o Pingão, um
músico de primeira linha, que tocou com grandes nomes brasileiros e reunia
craques do samba e da MPB no bar dele, no bairro Santo Antônio.
2. O
que faz você ler um blog/ post / na rede?
Acho
que todo mundo acaba lento um pouco os jornalões, o que hoje se chama de “mídia
tradicional”. Quanto aos demais, aqueles sites que a gente descobre e acaba
seguindo, acho que é a afinidade, uma visão de mundo semelhante. E é preciso
que seja bem escrito e tenhaconsistência, credibilidade. Eu gosto de saber quem
está fazendo aquilo, qual é a intenção de quem está por trás das notícias ou
postagens. E até nos blogs culturais e de humor sempre há um posicionamento
crítico, e isso precisa estar claro.

Gostei
muito, claro. Mas fica sempre a dúvida sobre o merecimento, tem muita gente por
aí produzindo mais e melhor. Mas qualquer homenagem é importante, porque
demonstra reconhecimento e ao mesmo tempo estímulo a uma atividade. No caso da
cultura, é fundamental, principalmente quando vemos que este ainda é um setor
que recebe pouco cuidado do poder público em todo o Brasil, e onde a iniciativa
privada também não investe muito. O deputado Glauber Coelho foi muito feliz ao
criar esta comenda.
4. Você
acha que o as obras de ficção e a fantasia têm espaço na literatura capixaba?
Sem
dúvida, e há muitos escritores capixabas produzindo ficção, no mesmo nível do
restante do país.Tanto que hoje se discutese existe uma “literatura capixaba”,
como gênero, ou se o que há é apenas uma literatura brasileira produzida no
Espírito Santo – o que, particularmente, me parece uma definição mais adequada.
Mas, quando falamos em ficção no Espírito Santo, o que mais me chama atenção é
a área de cinema e vídeo. Acho impressionante a quantidade de gente envolvida
com essa área aqui no estado e o alto nível das produções. Em Cachoeiro mesmo
temos uma galera bem jovem produzindo muito bem. Temos o festival de Muqui,
cada vez mais vigoroso. Há um tempo atrás, a tecnologia era muito cara, o que
afastava um pouco os jovens. Hoje, uma criança com um celular sai por aí
gravando vídeos, e isso vai produzindo talentos, atraindo gente para a área. O
que é muito bom!
Também adorei a capa, todo mundo adorou (rsrs). É
um dos muitos excelentes trabalhos do Diego Scarparo, que, além de ilustrador,
também é um dos expoentes da área de cinema e vídeo aqui do estado. Mas o livro
é uma pequena coletânea de crônicas que publiquei nos últimos 16 anos nos
jornais locais. São quarenta histórias, apenas, escolhidas entre as minhas
preferidas. O livro só existe devido ao convite da Editora Cachoeiro Cult e
justamente à existência da Lei Rubem Braga. Eu não o teria publicado se não
fosse a lei. O processo é simples, sem muita burocracia. Impossível deixar de
parabenizar a atual administração municipal por ter feito a lei funcionar de
fato. É uma ação cultural importante, que tem o poder de fomentar a cultura
local, estimular a produção. Tomara que os sucessores do atual prefeito tenham
a mesma sensibilidade.
6. Você
assiste séries? Quais?
Sou
das antigas. Gosto de House,Cold Case, Modern Family e acho que ainda não
apareceu ninguém para superar Seinfeld (rsrs). Das atuais, vejo Big BangTheory
e achei BreakingBad fantástica. Mas o que mais gosto na TV hoje são os programasinacreditáveis,
tipo O Incrível Dr. Pol, Renovators Austrália e Jéssica, a Hipopótama. E o
melhor de todos: Buying Alaska (rsrs). Aliás, adoro tudo sobre o Alasca. Enfim,
gosto de coisas sem nenhum sentido, sem nenhuma utilidade prática pra mim. Quanto pior, melhor.
7.
RAPIDINHAS
Livro favorito - Orlando, de
Virginia Woolf
Autor favorito - Um poeta: Carlos
Drummond de Andrade
Gênero musical favorito -
MPB e derivados
Filme favorito -Muuuuito
difícil escolher, então vou citar um clássico: Amarcord, de Fellini.
Série ou novela favorita –
Já fui bem noveleira, mas hoje ando meio desanimada. Vou ficar com oSeinfeld.
EQUIPE “ELEA”
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