
A EQUIPE ELA preparou um minissérie baseada na música “Geni e o Zepelim” do compositor Chico Buarque de Holanda, apresentaremos alguns capítulos ampliando o sentindo da canção. Os capítulos serão inscritos baseados na análise da música, as vozes que falam por Geni, o ódio que a sociedade sente por essa mulher e o discurso impregnado de cada personagem-morador e instituição que aparece no contexto musical. Aproveite a riqueza da letra da música de Chico.
Escute a música, leia os capítulos e se aventure
nessa história de sedução e falso moralismo, construído pelo Entrelinhas e
Afins.
Era
mais um dia típico na cidade, Geni chegara com a mesma roupa de sexta-feiras,
vestido vermelho puído que marcava seus seios, um par de brincos presenteados
por um de seus amantes, e calçando sapatos gastos, porém de boa qualidade.
Observei sua expressão satisfeita devido à noite anterior, sinal que muitos
homens passaram por sua mãos, que se corpo esguio deitou em muitos lençóis. Todo dia era a mesma coisa,
mas a sexta, as meninas voltavam com o bolso pesado.
Aquela
sua cara de vadiazinha demonstrava o
quanto era impura, e não digna de estar presente nesta cidade. Esta cidade
sempre foi local de moradia de pessoas de fé e respeito, por isso as crianças
não deveriam olhar para sua face “nojentinha”, no mesmo instante seus pais a
trocavam de calçada para não respirarem o mesmo ar na qual aquela galinha
respirava.
Geni,era
aquela que todos procuravam quando não tinham dinheiro para pagar uma
prostituta decente. Havia um marinheiro, recém-chegado ao cais, se hospedou em
uma espelunca de quinta categoria. Cheirava mal, tinha barba grande e pouco
dinheiro para permitir na cidade. Certo dia, o homem das cavernas, esbarrou com
a “nojentinha”, e como não tinha
dinheiro para ter uma dama melhor para esquentar sua cama, pegou-a à força e
jogou no sótão do navio, e a tomou-a. A "nojentinha" gostou. Gostava de ser pega
à força e maltratada como um animal.
Como
toda manhã era costume, eu e minhas amigas da igreja, com a benção do Fábio
Zézinho, atirávamos pedra na casa da "nojentinha", aos poucos o restante do povo
juntou-se, gritando:
“Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!”.
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!”.
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