Olá, eleanáticos. Como vocês estão? Tudo
certo? Estou sumido há um tempo do blog por causa dos meus estudos, mas vou
voltando aos poucos. Hoje, é a vez de mais uma resenha do Abou e a obra a ser
comentada é o filme ‘‘Detroit em rebelião’’, em cartaz em vários cinemas do
país. Com uma vertente histórica bastante forte, o filme traz uma mensagem de
necessidade de tolerância e respeito, nesse caso, aos negros.
A
história do longa se passa na segunda metade da década de 1960, na cidade
norte-americana Detroit, e retrata a violência policial contra os negros. Diversos
protestos da população negra são retratados no filme. E sempre com a presença
dos policiais que utilizavam extrema força física para tentar conter os
possíveis ‘‘rebeldes’’. Algumas cenas são extremamente impressionantes, como as
frequentes prisões e a brutalidade policial. Utilizando imagens e vídeos
verdadeiros da época, o filme ganha ainda mais credibilidade e veracidade,
mostrando o abuso do poder por parte de certos policiais que acreditavam que
eram os melhores indivíduos existentes.
Em
certos momentos, senti a necessidade de uma contextualização histórica um pouco
mais aprofundada, principalmente, a fim de enriquecer mais a obra, porém nada
de tão importante. No início, confesso que fiquei um tanto quanto perdido com a
obra, já que não foram apresentados personagens principais nem nada do tipo.
Tive a impressão de que estava assistindo um documentário. Acrescento também
que tiveram pessoas no cinema ao meu lado que se levantaram e não voltaram
mais. Creio que devido ao ritmo lento e um pouco diferente do seu início.
Entretanto, essas pessoas perderam cenas eletrizantes. Finalmente, o filme foca
em sua trama central, narrando um acontecimento do dia 25 de julho, quando
policiais entraram no Motel Algiers após terem ouvido barulho de tiro vindo de
lá. Na verdade, um homem que lá estava havia disparado com uma arma falsa, sem
bala, porém ele acabou morto sem antes revelar que a arma não era verdadeira.
Com extrema violência, os policiais interrogavam as pessoas, chegando até a
matar.
Em
relação aos personagens, destacam-se os jovens de uma banda que enfrenta os desafios
de seu início, indo atrás de uma chance. Os meninos até conseguem um excelente
espaço para se apresentarem, mas os protestos nas ruas acabam atrapalhando seus
planos e alterando bruscamente suas vidas em menos de 12 horas. O filme tem
muitos personagens. É até difícil lembrar os nomes. Alguns grandes atores
acabam fazendo, infelizmente, papéis pequenos, como Tyler James Williams, o
eterno Chris de ‘‘Todo mundo odeia o Chris’’. Os principais destaques foram Algee
Smith, como Larry, um dos jovens da banda. O ator, além de atuar muito bem nas
cenas de tensão e drama, encantou a todos quando cantava, conseguindo passar
totalmente a emoção daquele momento tão difícil para seu personagem. John
Boyega, como o humilde segurança particular Dismukes, também encanta ao tentar
defender os outros negros que sofriam nas mãos dos policiais. Um policial
também ganha notoriedade. Estou falando do policial Krauss, vivido por Will
Poulter, que conseguiu transmitir muito bem a imagem de um policial violento,
autoritário e inconsequente.
O
final do filme não foge muito das expectativas, mostrando o julgamento dos
policiais envolvidos no caso de morte, violência e abuso aos negros no motel.
Ainda são apresentadas imagens reais das pessoas que inspiraram os personagens,
contando o que aconteceu com elas após os acontecimentos narrados no filme. Com
uma fotografia LINDÍSSIMA, de dar inveja, e uma direção praticamente INCRÍVEL,
o longa consegue surpreender depois de sua metade.
Apesar
de um início decepcionante, ‘‘Detroit em rebelião’’ consegue cativar seu
público com uma trama simples, forte e muito densa que nos faz refletir sobre
tolerância e a relação entre a polícia e a população marginalizada.
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